“Se, no título de um livro recente, apliquei ao Brasil (e a São
Paulo), o termo saudade, não foi por lamento de não mais estar lá.
De nada me serviria lamentar o que após tantos anos não reencontraria.
Eu evocava antes aquele aperto no coração que sentimos quando, ao
relembrar ou rever certos lugares, somos penetrados pela evidência de
que não há nada no mundo de permanente nem de estável em que possamos
nos apoiar”.Claude Lévi-Strauss, Saudades de São Paulo.
E assim, assumindo meu olhar antropólogo e antropófago, parto para um novo mergulho em Mapas invisíveis, desta vez fora do meu berço. Com a ajuda de Cinthia Marcelle & Marilá Dardot, Estela Sokol, Fabiano Gonper, Laerte Ramos, Lenora de Barros, Lucia Koch, Marcelo Moscheta, Paulo Nenflídio e Tatiana Blass mergulho em São Paulo, esta cidade tão íntima e tão distante ao Sul do país. Cortada de raspão pela linha de Capricórnio – quem me lembrou isso foi o trabalho do Moscheta para o projeto – São Paulo quase não é Trópico, mas é muito o meu outro, sempre uma surpresa para mim.
O contato com a cidade já está gerando uma exposição completamente diferente da que inauguramos em novembro de 2010, no Rio de Janeiro. Quem for à Caixa Cultural da Avenida Paulista no dia 30 de agosto, verá “mapas” que enfrentam a experiência do presente. Os “Mapas” cariocas (veja o catálogo aqui) passavam de forma incontornável pela memória, pessoal ou coletiva, e pela História.
Enfrento esta estrada com esperança de imigrante.
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Ah, já ia esquecendo: peço desculpas pelo enorme silêncio e aviso que ele pode voltar. Durante duas semanas vamos ter um refresco, mas a coisa tá esquisita pro meu lado. Quase uma operária.
Obrigada pelas visitas, que continuam constantes. Beijo.
